O dia de hoje tem um significado
muito importante na História Brasileira. Há 58 anos uma das figuras mais emblemáticas
e polêmicas da política brasileira “saía da vida para entrar na História”.
Getúlio Dorneles Vargas, gaúcho de São Borja, foi um dos presidentes mais
amados e mais odiados de toda a política nacional. Responsável direto pela
Revolução (ou golpe, para muitos) de 1930, quando a chamada “Política
Café-com-leite” ou República Velha foi derrubada, assumiu o poder provisoriamente,
mas acabou por dar um golpe dentro do golpe, criando o Estado Novo (1937-1945),
uma espécie de regime de exceção que tornou seu governo provisório uma ditadura
de 15 anos.
Getúlio, a partir de meados da
década de 1930, flertou com os regimes fascistas europeus e com o populismo
também com tendências fascistas de Juan Perón. A cooperação entre o Estado
brasileiro e a Itália e a Alemanha era tanto que o Brasil chegou a adotar
aspectos da política eugênica nazista por aqui. Outro grande demonstrativo
desta ‘amizade colorida’ foi a recusa de vistos por parte do Brasil a judeus
oriundos da Europa do pré-II Guerra Mundial.
A partir do início da década de
40 Vargas, percebendo que os regimes europeus não terão muito futuro, cede às
investidas do governo estadunidense, saindo da neutralidade e passando a
integrar as tropas aliadas a partir de 1942, após navios brasileiro serem
afundados por submarinos alemães. A partir daí, é imposta a política
nacionalista de Vargas, onde todas as colônias alemãs, italianas e japonesas
são proibidas de falar o seu idioma, além da mudança de nome de clubes,
agremiações e demais associações ligadas a estas populações de imigrantes.
Muitos são os relatos de abusos e perseguições cometidos por parte da polícia
brasileira contra os habitantes destas colônias, além de casos de implantação
de campos de trabalho forçado, aos moldes dos campos de concentração nazistas,
para onde foram levadas muitas famílias de imigrantes do eixo.

Como figura histórica, Vargas
ocupa um lugar de destaque na memória da população brasileira. Como político,
teve atuação dúbia e muitas vezes incoerente, mas não pode-se deixar de
reconhecer o valor deste gaúcho baixinho para a História do Brasil.