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16 de jul. de 2012

Ocupações urbanas pt. 1

É. É complicado quando a gente planeja algo e, na última hora, dá errado. Sábado, 14/07, era pra ter rolado um tributo ao Raul Seixas, lá no SOS Bebidas (acho que o único bar mais rock da cidade). Porém, por vários motivos, tivemos que cancelar na sexta-feira à noite. Sábado à tarde, lá pelas 14h, todos na maior depressão via Facebook por não rolar o tal tributo. Eis que, em discussão, surge a ideia: "Vamos nos reunir em algum lugar público e fazer o tributo por conta própria. Lugar escolhido: a Praça Tiradentes. Na praça, reformada há pouco pela administração municipal, possui um pequeno palco em semi-arena, com arquibancadas e tudo, mas que está lá apenas por estar, porque não me lembro de vê-lo ser usado.
Resolvemos ocupar este espaço, reunindo uma pequena galerinha de várias influências musicais e fazer um som em homenagem ao que nos torna iguais: o Rock'n'roll.
Foram algumas horas de música, risadas e interações que resultaram em uma ideia maior: Tornar aquele momento algo mais frequente, uma manifestação pública da cultura xanxerense que está praticamente às moscas.
A maior surpresa, no entanto, veio após o tributo (que ao invés de homenagear somente Raul Seixas, acabou homenageando o Rock como um todo, afinal, era o fim de semana do Dia Mundial do Rock). A repercussão foi tamanha, que até gente de outras cidades da região acabaram comentando e felicitando pela iniciativa da galera. Foi surpreendente mesmo. Pode-se perceber a partir disso, que não é só aqui em Xanxerê que a cultura está falida e não há espaço para a galera do Rock. É algo presenciado por toda a massa roqueira da região Oeste de Santa Catarina. Embora outros municípios tenham uma cena muito mais forte e concreta que Xanxerê (como Chapecó), ainda faltam os espaços na cidade e na mídia, que está muito mais interessada em divulgar futilidades do que as manifestações e anseios da população.

Agora, neste exato momento, estamos discutindo a organização formal de um movimento pró-rock/cultura em Xanxerê. Vamos continuar a realizar estas manifestações na praça regularmente, não apenas com música, mas com todas as formas possíveis de arte. O importante é reunir pessoas com ideias e ideais, mostrar para a população e o poder público que, se eles não nos fornecem cultura, nós somos capazes de fazê-la por nós mesmos!!


Até a próxima!

19 de mar. de 2010

Algumas coisas intrigantes

É simplesmente inadmissível chegar à universidade e encontrar policiais com fuzis em punho dentro do campus. É um absurdo não poder tomar um café na cantina porque vários seguranças têm ordens para não deixar que alunos se reunam nos pátios. É irreal ver professores proibindo alunos de sair das salas, com ordem de coordenadores de curso, para que não promovam nenhuma manifestação. Relato de uma universidade durante a Ditadura Militar (1964-1985)? O pior é que não.
As cenas acima ocorreram esta semana na Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, na cidade de Xanxerê. Minha cidade, minha universidade.
Aconteceu tudo isso depois que dezenas de estudantes revoltados com a diminuição no número de bolsas de estudo distribuidas pela universidade diminuiu significativamente. As desculpas (esfarrapadas) dadas pela reitoria e pelo Serviço de Apoio ao Estudante alegam que a diminuição se deu pelo aumento do número de bolsas do ProUni que a universidade foi "obrigada" a distribuir. Oras, Santa Catarina distribui bolsas de estudos baseadas no Art. 170 da Constituição estadual, com verbas provenientes do Fundo Social Estadual (do qual destina-se 0,3% para bolsas de estudo para alunos de baixa renda). Assim, se o Artigo 170 é estadual e o ProUni federal, porque diminuir valor e quantidade de um fundo porque a universidade foi "obrigada" a aumentar o número de bolsa do projeto federal? Um pouco sem sentido, não?

Aguardamos explicações sobre as atitudes tomadas pela reitoria para intimidar os acadêmicos.